Antes de iniciar a leitura fiquei imaginando se fiz um bom investimento. Imaginei um livro egocentrico, meio motivacional, um cara tentando provar ao mundo o que só ele era capaz.
Engano meu. Em meio aquelas palavras relatadas como um diário de bordo, em meio à cálculos de densidade do ar de cada maratona, em meio à dicas para corredores, estava um grande homem com um dos corações mais humanos que eu já vi. Ele correu 50 maratonas, em 50 dias viajando pelos 50 estados Americanos. Acordava antes do pôr do sol, com uma dieta equilibradíssima de um copo dágua e duas torradas, alongava os musculos, e corria uma maratona de 60km sem parar. Ou seja, 5h correndo, mais de 18mil calorias perdidas. Na linha de chegada estava a imprensa, fãns, festa. Ele autografava camisetas, dava entrevistas, a tarde toda, até ir ao ônibus para viajar até o próximo Estado e iniciar o dia outra vez.
Agora você se pergunta, a onde está o lado humano nisso tudo?
O mais incrivel não era o relato da superação de limites. Dean conta no livro sobre as pessoas que se voluntariaram a correr com ele nas maratonas. Uma professora de crianças que levou seus alunos para correr os ultimos 500 metros de uma das maratonas com Dean, apenas para mostrar a eles como é importante se esforçar e ultrapassar obstáculos. Um adolescente de 12 anos que viajou a noite toda com a mãe só para correr com Dean e passou muito mal durante a prova, chegando a vomitar e ter desmaios, mas foi bravamente até o final. Um governador de Estado. Um médico. Um ninguém que terminou a maratona 10 horas depois, mas Dean estava na linha de chegada esperando para recebê-lo.
Quando um dos maratonistas que participaram de alguma das maratonas pergunta a Dean porque ele decidiu correr, Karnazes responde que essa foi a maneira que ele escolheu de conhecer o mundo, e ter o seu grau de influência sobre ele.
Ler esse relato foi suficiente pra mim.
Pensei sobre as escolhas que já fiz na minha vida, sejam elas superação de limites ou não. Uma delas foi quando decidi ficar com a mocidade da 4ª Igreja e teve um motivo muito especial, existiu uma Dean Karnazes pela qual me espelhei e tive a sorte de dizer isso pra ela uma vez.
E você? Já disse pra pessoa que admira que você a admira? Já contou a ela que sem ela talvez você não lutaria pelo que luta, ou não estaria onde está?
Cada um tem os seus motivos para correr por uma linha de chegada, ou simplesmente correr por saber que alguma transformação ocorrerá no trajeto. Sempre haverá um motivo. Palpável ou não.
por Amanda Bernardi
1 comentários:
Inspirada heim, Amanda?!
Parabéns. Gostei mto do texto.
Bjs, Carol
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